terça-feira, 18 de outubro de 2011

Pai do atacante Leandro Damião concede entrevista ao Paraná Centro

O jovem Leandro Damião, 22 anos, atacante do Internacional de Porto Alegre e da Seleção Brasileira, nasceu no município de Jardim Alegre e está fazendo história no futebol de campo. Ele, que estreou muito bem com a camisa amarelinha, fazendo gol da vitória brasileira no amistoso contra Gana, sofreu uma lesão muscular na coxa direita, no dia 21 de setembro, no jogo contra o Figueirense e, desde então, está em tratamento médico. O pai, Natalino Pereira dos Santos, visitou familiares em Jardim Alegre, e concedeu entrevista exclusiva ao Paraná Centro. Ele acredita que, dentro de 30 dias, o garoto possa voltar a atuar e falou sobre o momento especial que vive o filho que, antes de se machucar, era artilheiro do Inter e titular da Seleção.

Confiante, o pai quer o jogador representando o país nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, e espera que possa ser o centroavante da Seleção na Copa do Mundo de 2014.

Jornal Paraná Centro (JPC) – Como está a recuperação do Leandro Damião?

Natalino Santos – Ele está bem e fazendo fisioterapia. Acho que, em 30 dias, ele estará em campo.
 
JPC – Como foi a trajetória de Leandro Damião em Jardim Alegre até o Internacional?

Natalino Santos – Ele nasceu em Jardim Alegre e, quando tinha 4 meses, nós mudamos para São Paulo, onde ele foi criado na região do Jardim Ângela.
 
JPC – Como ele começou a jogar futebol?

Natalino Santos – Ele frequentava duas escolinhas de futebol. Primeiro, jogou no Sempre por, mais ou menos, três anos. Essa escolinha acabou e ele foi para a Estrela da Saúde – outra escolinha no Jardim Aracati, onde disputou um bom campeonato pelo time do senhor Pereira, que é do pai do Denilson [ex-atacante do Palmeiras e do São Paulo], quando foram campeões, em 2005, pela Tacinha São Paulo, em jogo no Pacaembu. A escolinha também não deu certo e fechou, em 2007, quando apareceu um empresário e o levou para Santa Catarina.
 
JPC – Foi quando ele foi direto para o Internacional?

Natalino Santos – Não! Primeiro foi para a cidade de Idaial, jogar em um time chamado XV de Outubro, em que disputou um campeonato. A diretoria do Atlético de Ibirama o viu jogar e pediu para que fizesse um teste. Depois, foi contratado e logo foi profissionalizado. Ele disputou dois campeonatos em Santa Catarina pelo Ibirama. No primeiro, foi mal. Mas, no segundo, ele foi um dos goleadores e chamou a atenção do Inter, que pediu para que fizesse uma temporada de três meses. O Damião foi aprovado, fez o contrato e deu certo.
 
JPC – O Damião disputou, inclusive, o Mundial de 2010 em Abu Dabhi?

Natalino Santos – Ele foi convocado devido ao gol que fez alguns jogos antes, ganhou uma vaga e conseguiu ir para o Mundial.
 
JPC – Qual é o seu sentimento com relação à trajetória dele?

Natalino Santos – Jamais, como pai, imaginava que isso iria acontecer. Os pais sonham em ter o filho jogador de futebol, mas não imaginava que ele poderia um dia chegar à Seleção Brasileira. Acho que só o fato de jogar bem é algo de Deus! A família está muito contente e as pessoas que nos conhecem torcem por ele.
 
JPC – O que sentiu quando viu Leandro Damião entrar pela primeira vez em campo com a camisa da Seleção Brasileira?

Natalino Santos – Não tenho nem palavras para descrever o orgulho! Foi muito grande! É algo que não se espera e aconteceu... Agora, estamos muito felizes.
 
JPC – O que Leandro Damião tem falado sobre a possibilidade de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos?

Natalino Santos – Ele está muito focado no trabalho e estou torcendo para que vá para os Jogos Olímpicos. Ele está sossegado e tem mostrado experiência. Quanto à contusão, acho que tem o lado positivo e irá ajudá-lo a tornar-se melhor. Além disso, vai ajudá-lo na formação para o futuro. Como ele nunca tinha sofrido uma contusão mais grave, às vezes, vem como exemplo para que ele fique mais tranquilo.

JPC – Leandro Damião vinha mostrando uma grande evolução técnica, nos últimos jogos, e fazendo gols bonitos...

Natalino Santos – ... desde os 7 ou 8 anos, quando começou a jogar bola, via que ele era uma pessoa guerreira e batalhadora nos times em que jogava. Ele era o cara da frente que batalhava e não tinha bola perdida. Sempre tinha a expectativa e o sonho de vê-lo como o melhor jogador do mundo. Quando vejo jogadores consagrados, como, por exemplo, Ronaldo falando que o Damião pode ser o herdeiro dele na Seleção Brasileira me deixa muito feliz...

JPC – Ele teve uma evolução muito rápida e, tecnicamente, cresceu. Nesse sentido, o jogador tem sido cobiçado por muitos times da Europa?

Natalino Santos – Com certeza! Existe muito assédio do exterior. Mas considero o Internacional um time forte. Sem dúvida, um dos melhores do Brasil e gostaria que ele ficasse mais um tempo no Inter. Afinal, o Damião é muito novo! Gostaria que se ele fosse para o exterior, com um pouco mais de experiência, depois dos 25 anos. Quero que fique mais no Internacional, que está fazendo de tudo para segurá-lo.

JPC – Qual é o seu sonho? Ver o Leandro Damião entrar com a camisa 9 da Seleção Brasileira na abertura da Copa do Mundo?

Natalino Santos – Acho que é o meu e de muitos brasileiros! Com as pessoas com quem conversamos é o comentário mais forte sobre a Seleção Brasileira: ser o centroavante – número 9. Acho que ele vai estar lá, sim!

JPC – A comemoração do bigode é uma homenagem ao senhor?

Natalino Santos – Sempre que ele comemora simulando o bigode, fico cada dia mais feliz! Por ele e pelos companheiros.

JPC – O que diria aos torcedores de Leandro Damião ou aos moradores de Jardim Alegre?

Natalino Santos – Estou feliz por estar na cidade onde eu e Leandro Damião nascemos. Peço aos moradores de Jardim Alegre que torçam pelo Leandro Damião, e que Deus o ajude a continuar sendo humilde – como é a nossa família.

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